Mais de 20 pacientes enfrentaram sequelas após procedimentos de cirurgia de catarata realizados na Clínica São Lucas, em Belém (PA). A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) foi informada sobre os casos meses depois, levando a uma inspeção pela Vigilância Sanitária, que identificou três infrações: a falta de notificação dos eventos adversos, a ausência de um núcleo de segurança do paciente e a falta de registros de esterilização dos instrumentais cirúrgicos. Como medida preventiva, o encaminhamento de pacientes para a clínica foi suspenso.
Os incidentes ocorreram durante cirurgias realizadas em 12 de junho e 1º de julho, com dois problemas registrados em um total de 41 pacientes atendidos no primeiro dia e 22 entre 40 pacientes no segundo. A secretaria está investigando as consequências para os pacientes afetados, incluindo a possibilidade de perda ocular. A situação gerou também uma investigação por parte do Conselho Regional de Medicina do Pará e da Polícia Civil, que apura potenciais irregularidades na prática médica.
Em um caso semelhante, nove pacientes perderam a visão após um mutirão de cirurgias de catarata em Parelhas (RN), onde 15 dos 20 procedimentos realizados resultaram em sintomas de endoftalmite, uma infecção ocular grave. Esses eventos têm levantado preocupações sobre a segurança e a supervisão das clínicas oftalmológicas que realizam cirurgias em massa.