Em março de 2023, uma anta macho foi resgatada em São Miguel Arcanjo, SP, apresentando sintomas que levaram a uma série de investigações sobre sua saúde. Apesar dos cuidados veterinários recebidos, o animal, apelidado de Roberval, faleceu 11 dias após o resgate, em decorrência de uma infecção por raiva, sendo esse o primeiro caso documentado da doença em antas de vida livre no Brasil. O grupo de biólogos e especialistas que cuidou do animal publicou um artigo científico relatando suas descobertas, destacando a importância da pesquisa para a conservação da fauna brasileira.
A análise realizada após a morte de Roberval confirmou que a infecção foi causada pela mordida de um morcego-vampiro. Os autores do estudo, que enfrentaram resistência e críticas inicialmente, ressaltaram a ausência de registros prévios de raiva em antas selvagens, destacando a necessidade de maior vigilância sobre a saúde da fauna em áreas de preservação. O artigo foi publicado na revista Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, tornando-se um recurso acessível para pesquisadores e interessados no tema.
Este não foi um caso isolado; em maio de 2023, outra anta também foi diagnosticada com raiva na região, elevando a preocupação sobre a saúde das antas em ambientes naturais e a transmissão da doença por morcegos-vampiro. A documentação desses casos é crucial para entender a dinâmica da raiva na fauna selvagem e para informar estratégias de conservação e manejo das espécies.