A prévia da inflação oficial no Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), acelerou de 0,13% em setembro para 0,54% em outubro, conforme divulgado pelo IBGE. Este aumento resulta em uma taxa acumulada em 12 meses que subiu de 4,12% para 4,47%, próxima ao teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. As altas nos preços de energia elétrica e alimentos foram determinantes para essa aceleração, com a energia residencial apresentando um aumento de 5,29%.
Analistas apontam que a piora nas métricas qualitativas da inflação pode levar a uma intensificação do aperto monetário na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Com a expectativa de um aumento de 0,5 ponto na Selic, a inflação tem mostrado pressões adicionais, especialmente nos serviços subjacentes, que excluem itens mais voláteis. Em um cenário onde oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram aumentos, a pressão inflacionária é palpável e suscita preocupações sobre o cumprimento da meta de inflação para o ano.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participa de reuniões do FMI, expressou preocupação com os efeitos da seca sobre a inflação, mas acredita que o resultado final permanecerá dentro da meta. Ele ressaltou que fatores como o câmbio e a seca estão influenciando mais os preços do que um aumento significativo na demanda. As projeções para a inflação em 2024 variam entre 4,6% e 4,7%, com a incerteza sendo um fator predominante nas previsões dos economistas.