O governo brasileiro está se preparando para a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-29), que ocorrerá de 11 a 22 de novembro no Azerbaijão. Durante uma audiência da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas, foram discutidas as contribuições potenciais do Parlamento e da sociedade civil para o evento. As principais questões a serem abordadas incluem o financiamento para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas e os desafios de consenso diante de conflitos globais, conforme alertou a embaixadora Liliam Beatris de Moura, que participou da reunião preparatória.
Um dos principais entraves para a COP-29 é a nova meta de financiamento, que busca garantir recursos adequados para os países em desenvolvimento, considerando o compromisso atual de US$ 100 bilhões anuais, que ainda não foi totalmente cumprido. A secretária de Mudança do Clima, Ana Toni, destacou a necessidade de discutir os mecanismos de financiamento e o papel dos países desenvolvidos. Além disso, a conferência deverá tratar da finalização do acordo sobre o mercado global de carbono e da implementação de metas para a transição energética e a preservação da biodiversidade.
A audiência também contou com a participação de representantes da sociedade civil, que enfatizaram a importância da justiça climática nas discussões internacionais. Organizações destacaram a necessidade de incluir as vozes de grupos vulneráveis e de assegurar que as políticas climáticas sejam construídas de forma participativa. A secretária nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena ressaltou a urgência da maior participação indígena nas negociações e solicitou ao Congresso a aprovação de propostas para a proteção de terras indígenas e para o enfrentamento das mudanças climáticas.