O economista James A. Robinson, que recebeu o Prêmio Nobel de Economia de 2024, abordou os problemas de desigualdade em uma entrevista à BBC. Robinson, que leciona na Universidade de Chicago, enfatizou que seu trabalho nas últimas três décadas se concentrou em entender as disparidades de prosperidade entre nações, com um foco especial em como as instituições moldam as regras que influenciam a pobreza e a riqueza. Embora haja avanços em regiões como a China, a desigualdade persiste em áreas como a América Latina e a África Subsaariana, onde a exploração colonial e a marginalização histórica continuam a impactar a inclusão social.
Durante a conversa, Robinson destacou os desafios atuais enfrentados pela América Latina, mencionando que a pobreza e a desigualdade estão profundamente enraizadas na história colonial da região. Ele observou que, embora países como Chile tenham progredido em termos de inclusão social, outros, como Venezuela e Argentina, enfrentam retrocessos. Além disso, a percepção de que a democracia falhou em atender às expectativas da população tem levado a uma busca por alternativas políticas, incluindo o apoio a líderes populistas, o que representa uma ameaça à estabilidade democrática.
Robinson concluiu que a chave para a construção de sociedades mais inclusivas reside no fortalecimento das instituições políticas e econômicas. Ele alertou que altos níveis de desigualdade desafiam a estrutura fundamental das sociedades, tornando difícil a criação de uma democracia culturalmente saudável. A pesquisa dele serve como um chamado à ação para que as nações abordem a inclusão e as oportunidades, especialmente em um mundo marcado por divisões profundas.