A concessão do Prêmio Nobel da Paz de 2024 ao movimento japonês Nihon Hidankyo, composto por sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, ressalta o crescente temor de uma guerra nuclear iminente. A recente mudança nas diretrizes nucleares da Rússia e as tensões no Oriente Médio, especialmente entre Israel e Irã, indicam um cenário cada vez mais alarmante. Especialistas afirmam que a possibilidade de um conflito nuclear direto aumentou, especialmente com a Coreia do Norte buscando expandir suas capacidades nucleares.
Historicamente, as bombas lançadas sobre o Japão causaram um impacto devastador, matando cerca de 120 mil pessoas e gerando lições sobre os riscos de armamentos nucleares. O prêmio Nobel é visto como um apelo à ação, lembrando a todos os países sobre a necessidade de controlar armas nucleares, especialmente em um momento em que tratados de controle estão se desintegrando e as potências nucleares estão se rearmando. A ex-diretora da Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares, Beatrice Fihn, enfatiza a urgência de reconhecer os horrores das armas nucleares e a importância de preservar a memória dos sobreviventes.
A desintegração das estruturas de controle de armas, que emergiram após a Guerra Fria, levanta preocupações sobre uma nova corrida armamentista global, envolvendo não apenas as potências tradicionais, mas também novos atores. Com a aproximação do fim do tratado New START em 2026, a urgência para a adoção de acordos globais sobre a proibição de armas nucleares torna-se ainda mais evidente. O reconhecimento do Nihon Hidankyo pode servir como um catalisador para novas iniciativas em prol da paz e da segurança mundial.