O Pregador Capuchinho da Casa Papal, uma figura pouco conhecida, desempenha um papel significativo na Igreja Católica. A função, que remonta ao século XVI, foi oficialmente atribuída aos capuchinhos em 1743, permitindo que apenas o titular pregasse para o papa. O atual ocupante do cargo, Raniero Cantalamessa, é um frade capuchinho que, ao longo de suas quatro décadas de serviço, tem se destacado por sua capacidade de abordar questões relevantes da Igreja e da sociedade, pregando em momentos críticos como os conclaves que elegeram os últimos papas.
Cantalamessa, especialista em cristianismo antigo, tem utilizado seus sermões para refletir sobre as necessidades e desafios da Igreja contemporânea. Seu trabalho inclui momentos marcantes, como pedidos de arrependimento em relação a crises internas, críticas ao materialismo e ênfase em temas de unidade entre os católicos. Ele prega nos períodos do Advento e da Quaresma, períodos de reflexão espiritual que envolvem a liderança da Igreja e, mais recentemente, também inclui a participação de freiras e leigos.
Embora seu papel seja de grande influência, Cantalamessa também enfrentou controvérsias, como uma reação negativa após um sermão que fez comparações infelizes entre críticas à Igreja e o antissemitismo. Contudo, sua postura humilde e abertura para feedback têm sido constantes em sua trajetória. Sua colaboração recente para uma edição em inglês de seus sermões reflete não apenas sua dedicação ao serviço, mas também a relevância contínua de sua mensagem dentro da Igreja Católica.