Em setembro, os preços ao produtor no Brasil apresentaram um aumento de 0,66%, repetindo a mesma taxa registrada em agosto e marcando o oitavo mês consecutivo de crescimento, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumulou uma alta de 6,06% nos últimos 12 meses. O IPP reflete a variação dos preços dos produtos diretamente na porta da fábrica, sem incluir impostos e frete, abrangendo 24 setores da indústria extrativa e de transformação.
Entre os setores analisados, 17 mostraram avanço em setembro em comparação ao mês anterior, com destaque para a indústria de alimentos, que foi crucial para a variação positiva dos preços. As principais influências sobre o IPP foram os alimentos, que contribuíram com 0,90 pontos percentuais, seguidos por indústrias extrativas, refino de petróleo e biocombustíveis, e papel e celulose, que tiveram impactos negativos. As indústrias extrativas registraram a maior queda, com uma variação negativa de 5,85%.
O analista Felipe Câmara destacou que a alta nos preços dos alimentos pode ser atribuída à inflação na carne bovina e no açúcar VHP, devido a fatores climáticos e sazonais que afetaram a produção. A redução da área de pastagem, em decorrência de secas e queimadas, contribuiu para a alta no preço da carne, enquanto o açúcar VHP enfrenta desafios sazonais e climáticos que impactam a oferta de cana-de-açúcar.