Em setembro, os preços ao produtor no Brasil registraram um aumento de 0,66%, mantendo a mesma taxa do mês anterior e marcando a oitava alta consecutiva, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este resultado elevou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumulado em 12 meses para 6,06%. O IPP avalia as variações de preços de produtos na porta da fábrica, excluindo impostos e frete, abrangendo 24 setores da indústria extrativa e de transformação.
O estudo do IBGE revelou que, entre as 24 atividades analisadas, 17 apresentaram aumento de preços em setembro em comparação a agosto. Os analistas observaram que a variação positiva foi impulsionada principalmente pelos bens de consumo não duráveis, com destaque para a indústria alimentícia. Os alimentos contribuíram significativamente para a alta, sendo responsáveis por 0,90 pontos percentuais do índice, enquanto setores como indústrias extrativas e refino de petróleo apresentaram influências negativas.
A dinâmica do aumento nos preços de alimentos é atribuída, em grande parte, à elevação nos custos da carne bovina e do açúcar VHP. A diminuição da área de pastagem devido à seca e queimadas recentes afetou a oferta de carne, enquanto a produção de açúcar enfrenta desafios sazonais e climáticos que resultam em menor disponibilidade de cana para processamento. Essa combinação de fatores continua a moldar o cenário inflacionário no setor industrial brasileiro.