A produção de arroz em áreas alagadas é uma das principais fontes de emissões de gases de efeito estufa, sendo o metano um dos principais contribuintes. Em Santa Catarina, as práticas adotadas pela Epagri ao longo de duas décadas resultaram em uma redução de 20% a 30% nas emissões de metano na rizicultura, atingindo a meta estabelecida globalmente durante a COP 26. O manejo precoce da palha do arroz e a drenagem das quadras são as principais estratégias implementadas, proporcionando benefícios tanto ambientais quanto agronômicos.
O manejo precoce da palha envolve a incorporação dos restos vegetais após a colheita, reduzindo significativamente a emissão de metano durante a próxima safra. Estudos apontam que essa prática pode levar a uma diminuição de até 50% nas emissões. Além disso, a drenagem da quadra, realizada entre 50 e 60 dias após o plantio, tem o objetivo de diminuir o tempo de alagamento durante o pico de emissão de metano, que ocorre entre 60 e 80 dias após o alagamento.
A Epagri continua a desenvolver cultivares de arroz que exigem menos irrigação, contribuindo ainda mais para a redução das emissões. O monitoramento das práticas e a coleta de dados em tempo real, por meio de imagens de satélite, visam aumentar a precisão das estimativas de emissões de metano. Com a adoção dessas práticas, a cadeia produtiva catarinense não só cumpre as metas de redução de emissões, mas também se posiciona para participar do futuro mercado de créditos de carbono no Brasil.