Um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Stanford revela que pessoas LGBTQIA+ que passaram por práticas de conversão sexual apresentam uma maior prevalência de problemas de saúde mental, como depressão, transtorno de estresse pós-traumático e comportamentos suicidas. A pesquisa, publicada na revista The Lancet Psychiatry, analisou questionários de 4.426 indivíduos nos Estados Unidos e destacou o impacto emocional e mental profundo dessas práticas, que incluem desde orações até terapias de conversação, visando alinhar a identidade de gênero com o sexo atribuído ao nascimento.
As práticas de conversão, que são baseadas na crença de que a orientação sexual pode e deve ser alterada, são frequentemente promovidas por organizações religiosas e não possuem justificativa médica, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). No Brasil, embora as práticas de conversão sejam proibidas por resoluções do Conselho Federal de Psicologia, ainda existem desafios no reconhecimento e combate a essas práticas, sendo necessário um entendimento mais profundo das nuances culturais e sociais que influenciam sua ocorrência.
Além da necessidade de legislações mais rigorosas, os especialistas enfatizam a importância de campanhas de conscientização pública e educação sobre os danos que as terapias de conversão podem causar à saúde mental. A criação de um ambiente seguro e afirmativo para pessoas LGBTQIA+ é crucial para reduzir o estigma e promover o bem-estar mental, refletindo a urgência de políticas que garantam cuidados adequados e inclusivos na saúde mental.