O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, ressaltou a importância da política de juros na gestão do custo da dívida pública, mas enfatizou que o principal foco da autarquia deve ser o controle da inflação. Durante eventos em Washington, ele apresentou uma análise preliminar sobre como anúncios de gastos públicos afetam as condições financeiras e a inflação, defendendo que esses impactos devem ser considerados nas decisões de política monetária.
Guillen destacou que o elevado custo da dívida é influenciado pela taxa básica de juros, que indexa uma parte significativa dos títulos públicos. Apesar do cenário desafiador, ele não identificou sinais de dominância fiscal no Brasil, que ocorreria se o descontrole orçamentário comprometesse a eficácia da política monetária. Para ele, o Banco Central deve permanecer ativo em sua resposta aos dados econômicos, evitando um cenário em que a política fiscal prejudique as contas públicas.
Além disso, o diretor apresentou um estudo sobre os efeitos de uma política fiscal expansionista na inflação, observando que o aumento das despesas públicas pode elevar as taxas de juros futuras, resultando em um impacto inflacionário. Mesmo com uma possível contração na demanda, o aumento do gasto público poderia reduzir o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, aumentar a inflação. Guillen defendeu a necessidade de incorporar esses efeitos secundários nas análises do Banco Central para uma compreensão mais completa das condições financeiras no país.