Cientistas da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, criaram uma molécula capaz de reproduzir os efeitos benéficos do exercício físico intenso e da restrição alimentar, como correr dez quilômetros em alta velocidade com o estômago vazio. Testes iniciais foram realizados em ratos, e agora a substância, chamada LaKe, está sendo avaliada em humanos para verificar sua segurança antes de passar para testes de eficácia. A pesquisa, publicada no Journal of Agricultural and Food Chemistry, visa oferecer uma alternativa para aqueles que não conseguem se exercitar devido a problemas de saúde ou falta de motivação.
A nova molécula atua ao aumentar os níveis de lactato e cetonas no sangue, substâncias que promovem a sensação de saciedade e reduzem os níveis de gordura. Os pesquisadores acreditam que, ao simular os efeitos do exercício e do jejum, a LaKe pode ajudar a prevenir doenças metabólicas e promover a saúde cardiovascular. Embora existam substâncias naturais que contêm lactato e cetonas, a quantidade necessária para obter os mesmos efeitos terapêuticos seria excessiva e prejudicial ao organismo, o que torna a nova molécula uma inovação promissora.
Entretanto, especialistas alertam que não é realista esperar que um único medicamento possa replicar todos os benefícios do exercício físico, que está associado a diversos processos biológicos. A professora Christiane Wrann, da Universidade de Harvard, enfatiza que tais medicamentos, quando desenvolvidos, devem ser destinados a indivíduos com limitações físicas, e não como uma alternativa para aqueles que podem e devem se exercitar. A pesquisa continua, com a expectativa de que a LaKe se torne um suplemento nutricional avançado no futuro.