O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central destacou, em evento em Washington, que a percepção dos investidores sobre a situação fiscal do Brasil é o principal fator por trás do aumento dos prêmios de risco. Ele ressaltou que, na falta de reformas estruturais, a atual estrutura fiscal é considerada insustentável. A desconfiança do mercado tem gerado elevações nas taxas de juros, refletindo preocupações sobre o ajuste fiscal e a sensibilidade da política fiscal a possíveis desacelerações econômicas.
Gomes também comentou sobre a expectativa de medidas de contenção de gastos que o governo pretende anunciar após as eleições municipais. Essas ações visam assegurar o cumprimento da meta de resultado primário dentro das diretrizes do novo arcabouço fiscal. Recentemente, a curva de juros brasileira registrou aumentos significativos, com contratos de DIs apresentando taxas próximas de 13%, indicando a insegurança do mercado em relação à política fiscal.
Além das questões internas, Gomes mencionou que fatores externos, como os rendimentos dos Treasuries americanos, também influenciam a curva de juros no Brasil. Ele destacou que a expectativa de cortes menores de juros pelo Federal Reserve e a desaceleração econômica na China têm efeitos diretos sobre os preços de commodities, o que pode impactar ainda mais a economia brasileira. O cenário inflacionário permanece desafiador, com projeções que superam a meta de 3% do Banco Central para 2025.