Os pedidos de recuperação judicial no Brasil apresentaram uma queda de 17,6% em setembro, totalizando 196 solicitações, em comparação com 238 no mesmo mês do ano anterior, conforme um estudo da Serasa Experian. O setor de serviços foi o mais afetado, com 90 pedidos, seguido pelo comércio (42), atividades primárias (41) e indústria (23). Em agosto, o setor de serviços e o comércio haviam registrado números superiores, com 83 e 65 solicitações, respectivamente. No que diz respeito ao porte das empresas, as micro e pequenas empresas lideraram as solicitações, contabilizando 148 pedidos, seguidas pelas empresas de médio porte (26) e grandes empresas (22).
Apesar da queda, o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, ressalta que o número de pedidos ainda é elevado. Ele aponta a alta taxa de juros como um fator que dificulta o acesso ao crédito e, consequentemente, o pagamento de dívidas. A inadimplência crescente entre os consumidores tem impactado negativamente o fluxo de caixa das empresas, enquanto a inflação continua a reduzir o poder de compra da população, afetando diretamente as vendas e a saúde financeira dos negócios. Esses fatores em conjunto têm levado muitas empresas a buscar a recuperação judicial como estratégia para reestruturar suas dívidas.
Além da recuperação judicial, os pedidos de falência também tiveram uma redução de 9% em setembro, totalizando 91 casos, embora tenha havido um aumento de 26,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Assim como na recuperação judicial, as micro e pequenas empresas lideraram os requerimentos de falência, seguidas por grandes e médias empresas. Essa situação revela um cenário econômico desafiador para diversos setores, demandando soluções que permitam às empresas reestruturar suas operações e se adaptar a um ambiente econômico em transformação.