Trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizaram uma paralisação de 24 horas em protesto contra decisões recentes da presidência do órgão, atualmente sob a liderança de um economista. A principal crítica está voltada para a criação da fundação pública de direito privado IBGE+, que teria a capacidade de vender pesquisas para o setor privado, levantando preocupações sobre a autonomia da instituição e a confiabilidade de seus dados. O diretor do sindicato dos trabalhadores expressou que essa iniciativa representa um risco à reputação do IBGE, construído ao longo de quase 90 anos.
Além das preocupações com a nova fundação, a paralisação também reflete descontentamentos sobre a possível transferência da unidade do IBGE na Avenida Chile para uma nova localização, considerada inadequada pela categoria. Os trabalhadores alegam que as decisões têm sido tomadas de forma autoritária e sem diálogo, e ameaçam intensificar as mobilizações caso não haja abertura para negociação. A assembleia marcada para a próxima semana poderá determinar se uma greve prolongada será necessária.
A direção do IBGE, por sua vez, informou que não foi oficialmente notificada sobre a paralisação e defendeu a importância da comunicação prévia conforme a legislação vigente. Em resposta às críticas sobre a criação da nova fundação, o IBGE justificou que a reorganização das relações público-privadas é uma necessidade diante das limitações orçamentárias atuais, destacando que a fundação poderia facilitar a captação de recursos para projetos em parceria com ministérios e outras entidades públicas.