Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) decidiram paralisar suas atividades em protesto contra a proposta de reajuste salarial de 2,58%, que, segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), não é suficiente para cobrir as perdas acumuladas desde 2018, que somam 16,24%. O sindicato considera a proposta ineficaz também para benefícios, como auxílio-alimentação e auxílio-creche, e busca chamar a atenção para as injustiças enfrentadas pelos trabalhadores.
Além do reajuste salarial, os trabalhadores reivindicam a implementação de políticas contra o assédio moral e sexual, proteção para gestantes e lactantes, e a concessão de créditos em publicações científicas. Outro ponto crucial é a resistência da Embrapa em pagar um Adicional de Escolaridade, que reconheceria os esforços dos técnicos e assistentes em se qualificar através de cursos de graduação e pós-graduação. O Sinpaf argumenta que essa falta de reconhecimento gera frustração entre os funcionários, que desempenham funções complexas e essenciais para o sucesso da empresa.
A Embrapa, por sua vez, respeita a decisão de paralisação, mas afirma que a proposta apresentada em 26 de setembro incluía benefícios significativos para os empregados. A empresa ressaltou que o atual Acordo Coletivo de Trabalho permanece em vigor até 31 de outubro e que, após essa data, as normas estabelecidas em contratos e leis serão aplicadas. A Embrapa enfatiza seu compromisso com a valorização de suas funcionárias e a promoção de políticas públicas voltadas para mulheres, enquanto a paralisação incluirá atividades de protesto em várias unidades da empresa.