Trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizaram uma paralisação de 24 horas em protesto contra a criação da fundação pública de direito privado IBGE+, proposta pela presidência do órgão. A categoria expressou preocupação com a possibilidade de a nova fundação comprometer a autonomia do instituto e a integridade de suas pesquisas, uma vez que a fundação poderá comercializar dados e pesquisas para o setor privado, além de mudar a forma de contratação dos funcionários, passando a adotar a CLT em vez do regime estatutário.
A mobilização também abordou outras questões, como a transferência da unidade do IBGE localizada na Avenida Chile para a região do Horto. Os trabalhadores criticaram as decisões tomadas pela presidência, que consideram autoritárias, e relataram a falta de diálogo entre a direção e a categoria. O diretor do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE advertiu que, sem uma abertura para negociações, há a possibilidade de uma greve mais longa, que será decidida em assembleia na próxima semana.
Em resposta às reivindicações, a direção do IBGE alegou não ter sido informada oficialmente sobre a paralisação e ressaltou a necessidade de respeitar a Lei de Greve, que exige comunicação prévia. Além disso, justificou a criação da nova fundação como uma medida necessária para contornar limitações orçamentárias, permitindo a captação de recursos para projetos que atualmente não podem ser realizados devido a restrições legais.