No último sábado, o Papa Francisco se reuniu em um encontro privado no Vaticano com ativistas LGBT para discutir a possibilidade de reverter a proibição da Igreja Católica sobre cuidados relacionados à afirmação de gênero para pessoas transgênero. A reunião, que durou 80 minutos e não estava na agenda oficial do Papa, contou com a presença de membros da comunidade trans e profissionais de saúde que atuam na área de cuidados hormonais. Durante a conversa, um participante destacou a alegria que sente em ser uma pessoa católica transgênero, enfatizando a importância da terapia de reposição hormonal e das cirurgias realizadas.
A reunião ocorre em um contexto de tensão, já que há seis meses o escritório doutrinário do Vaticano rejeitou firmemente o cuidado relacionado à afirmação de gênero, citando preocupações sobre a dignidade humana desde a concepção. Os ativistas criticaram essa posição, alegando que o Vaticano não considerou as experiências de pessoas trans antes de emitir sua declaração. Contudo, relatos sobre a receptividade do Papa indicam que ele se mostrou empático e focado no bem-estar dos indivíduos, uma postura que condiz com sua abordagem mais inclusiva em relação à comunidade LGBTQ ao longo de seu papado.
Organizado pelo New Ways Ministry, um grupo de defesa dos católicos LGBT, o encontro sugere uma abertura da Igreja para ouvir e considerar as experiências da comunidade trans. A cofundadora do grupo, que tem um histórico de ativismo em favor dos direitos LGBT, comentou que esse tipo de diálogo é crucial para que a Igreja se alinhe com as necessidades e realidades contemporâneas. Embora a reunião represente um avanço, a posição oficial da Igreja ainda gera debates e críticas, especialmente entre defensores dos direitos LGBTQ.