O padre Marcelo Pérez, conhecido por seu ativismo em defesa dos direitos humanos, foi assassinado a tiros em San Cristóbal de las Casas, Chiapas, no último domingo. Autoridades locais informaram que o religioso havia recebido ameaças devido ao seu trabalho comunitário e a sua postura crítica em relação à violência e ao tráfico de drogas na região. Após celebrar uma missa, ele foi atacado por dois homens em uma motocicleta, que dispararam contra seu veículo. A morte do padre gerou condenações de diversos setores, incluindo o governo, a Igreja Católica e organizações de direitos humanos.
Pérez, que tinha origem indígena, foi um importante coordenador de mobilizações contra o tráfico de drogas e mediador em conflitos sociais. Ele ganhou notoriedade em 2021, quando apoiou um levante em Pantelhó e buscou diálogo entre o governo e insurgentes. Apesar de ter enfrentado acusações de envolvimento em sequestros, sempre negou qualquer ligação criminosa, e defensores dos direitos humanos denunciaram tentativas de deslegitimar seu trabalho. O aumento da violência no México, que resultou na morte de pelo menos nove religiosos nos últimos cinco anos, é um reflexo preocupante do ambiente hostil para aqueles que lutam por justiça.
A Conferência do Episcopado Mexicano lamentou o assassinato de Pérez, destacando que sua morte silencia uma voz dedicada à paz e à justiça. Rosa Icela Rodríguez, secretária de Governo, expressou solidariedade e reafirmou o compromisso do governo em combater a impunidade e proteger defensores dos direitos humanos. A situação crítica no país exige uma reflexão sobre a segurança de líderes comunitários e religiosos, que frequentemente se tornam alvos em um cenário de crescente violência.