A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deu início a um exercício militar nuclear na Europa, chamado Steadfast Noon, que ocorrerá durante duas semanas e envolverá mais de 60 aeronaves. Embora a aliança tenha afirmado que o treinamento não utilizará armas reais, o exercício é visto pela Rússia como uma escalada das tensões, especialmente no contexto da guerra em curso na Ucrânia. Mark Rutte, secretário-geral da Otan, destacou que a dissuasão nuclear é fundamental para a segurança dos aliados e enviou uma mensagem clara de que a Otan está pronta para proteger seus membros.
Durante o exercício, que inclui a participação de dois mil militares de oito bases aéreas, estarão presentes jatos com capacidade nuclear, bombardeiros, caças de escolta e aviões de reabastecimento. As operações ocorrerão principalmente sobre os países anfitriões, como Bélgica e Holanda, além do espaço aéreo de Dinamarca, Reino Unido e Mar do Norte. O treinamento é uma atividade de rotina realizada anualmente em outubro e tem como objetivo avaliar a capacidade de resposta e dissuasão da aliança em um cenário de ameaça nuclear.
Em resposta ao exercício, o Kremlin criticou a ação, afirmando que ela alimenta ainda mais as tensões no contexto do conflito ucraniano. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ressaltou a impossibilidade de realizar negociações sobre armas nucleares enquanto as potências ocidentais estão envolvidas no conflito. Rutte reafirmou que a Otan não se deixará intimidar pelas ameaças russas e continuará a apoiar firmemente a Ucrânia, enfatizando a determinação da aliança em garantir a segurança de seus aliados.