A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deu início, nesta segunda-feira (14), ao exercício militar nuclear anual denominado Steadfast Noon, que terá duração de duas semanas. Este exercício envolve mais de 60 aeronaves, incluindo caças com capacidade para carregar ogivas nucleares, e contará com a participação de aproximadamente dois mil militares de oito bases aéreas. Embora o treinamento ocorra em um contexto de crescente tensão entre a Otan e a Rússia, a aliança afirma que não utilizará armas reais durante a operação, que ocorrerá principalmente sobre a Bélgica, Holanda e outros países da Europa Ocidental.
As tensões entre a Rússia e a Otan aumentaram consideravelmente devido ao conflito em curso na Ucrânia, que se intensificou desde a invasão russa em 2022. O Kremlin criticou o exercício da Otan, considerando-o uma escalada desnecessária de tensões em um cenário de guerra, e afirmou que a realização de negociações sobre armamentos nucleares se torna inviável enquanto potências ocidentais estiverem envolvidas no conflito. O porta-voz da Otan, Mark Rutte, por sua vez, garantiu que a aliança não se deixará intimidar pelas ameaças russas e reafirmou o compromisso de apoiar a Ucrânia.
Além do Steadfast Noon, a Otan já havia realizado exercícios significativos no passado, como o maior treinamento militar desde a Guerra Fria, que envolveu cerca de 90 mil soldados. Recentemente, a situação tem sido marcada por declarações de autoridades russas, que mencionaram a possibilidade de utilizar armas nucleares em resposta a ameaças percebidas. Em contraste, a Otan continua a reforçar sua capacidade de dissuasão, destacando a prontidão de seus caças F-35A para funções nucleares e enfatizando a importância do exercício como uma demonstração de apoio e proteção a seus aliados.