A polícia do Rio de Janeiro realizou uma operação contra uma facção criminosa que, segundo investigações, controla 42% da população carcerária do estado. Este grupo, identificado como “Povo de Israel”, utiliza celulares para executar crimes como o falso sequestro. Os detentos se comunicam com as vítimas, exigindo depósitos imediatos sob a ameaça de violência, enquanto a facção movimentou cerca de R$ 70 milhões nos últimos dois anos, em grande parte através desses golpes.
As investigações revelaram que a entrada de celulares nos presídios foi facilitada por policiais penais que receberam propinas. Em resposta à situação, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que está buscando adquirir bloqueadores de sinal para impedir o uso de celulares dentro das cadeias, mas atualmente nenhum estabelecimento conta com essa tecnologia. Somente neste mês, 120 aparelhos foram apreendidos, com um total de quase 7 mil celulares confiscados nos últimos dois anos.
A facção não só atua com o falso sequestro, mas também se envolve em tráfico de drogas e outros crimes. A operação de busca e apreensão incluiu endereços de vários policiais penais suspeitos de conluio. A secretária de Administração Penitenciária afirmou que as licitações para a compra de bloqueadores devem ocorrer em breve, com previsão de instalação ainda este ano.