A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou a Operação Carência Zero, voltada para desmantelar um esquema de fraudes contra a seguradora Porto Saúde, resultando em um prejuízo estimado de R$ 11 milhões. Durante a operação, foi cumprido um mandado de prisão e realizada a apreensão de documentos, revelando uma complexa rede que simulava vínculos empregatícios de mais de 800 pessoas em empresas de fachada. Essas empresas foram criadas com o propósito exclusivo de contratar planos de saúde empresariais, que posteriormente eram vendidos a indivíduos sem direito a esses contratos.
As investigações indicam que o grupo criminoso, liderado por uma mulher, movimentou mais de R$ 2 milhões em um período de seis meses, comercializando uma taxa de isenção de carência, cobrando valores que variavam de R$ 3 mil a R$ 5 mil por cliente. Beneficiários relataram ter adquirido planos para cobrir procedimentos médicos que não seriam cobertos devido ao período de carência, como cirurgias bariátricas e remoção de tumores. Além disso, a operação levantou a suspeita de envolvimento de profissionais da saúde, que recomendavam os planos fraudulentos a seus pacientes.
A Porto Saúde afirmou ter identificado o esquema e colaborou com as autoridades na investigação, destacando a ilegalidade de criar empresas com vínculos falsos para a contratação de planos coletivos. A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) também se manifestou, informando que sua campanha “Saúde sem Fraude” tem contribuído para aumentar a conscientização e combater esse tipo de crime no setor, que gera significativas perdas financeiras e afeta todos os beneficiários de planos de saúde.