A Polícia Federal investiga um suposto esquema de venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, revelado por conversas obtidas durante a Operação Última Ratio. Em diálogos entre uma servidora do tribunal e uma juíza, são mencionadas preocupações sobre a possível participação de outros juízes e desembargadores em atividades ilícitas, além de indícios de que o uso de familiares para facilitar a negociação de decisões judiciais era uma prática comum. As apreensões, que incluem quase R$ 3 milhões em dinheiro, acentuam as suspeitas sobre a gravidade da situação.
As investigações indicam que os filhos de alguns desembargadores, que também atuam como advogados, podem ter desempenhado um papel crucial na facilitação desses atos ilícitos, utilizando escritórios de advocacia para receber pagamentos de forma discreta. A Polícia Federal acredita que essa rede de familiares foi estabelecida como uma forma de burlar os mecanismos de rastreamento financeiro, contribuindo para a continuidade das práticas ilegais dentro do Judiciário.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul declarou que as medidas determinadas pelo Superior Tribunal de Justiça foram cumpridas sem comprometer os serviços judiciais oferecidos à população. A instituição reafirmou que os investigados têm o direito ao devido processo legal e que os fatos permanecem sob investigação, enfatizando que ainda não há um juízo definitivo sobre a culpabilidade dos envolvidos.