A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu uma mulher suspeita de envolvimento na emissão de laudos incorretos pelo Laboratório PCS Saleme, os quais levaram à infecção de seis pacientes com HIV após transplantes. A prisão faz parte da segunda fase da Operação Verum, que também visa cumprir oito mandados de busca e apreensão para fortalecer as investigações. Até o momento, a operação resultou na prisão de quatro pessoas na primeira fase, incluindo um médico e funcionários do laboratório, e está sendo conduzida pela Delegacia do Consumidor com apoio de outras unidades policiais.
As investigações revelam que houve uma falha operacional no controle de qualidade dos testes de HIV, que passaram de análises diárias para semanais para reduzir custos. Essa mudança comprometeu a precisão dos resultados, levando a que dois doadores tivessem laudos falsamente negativos para o vírus. Em resposta à gravidade do caso, o laboratório PCS Saleme foi interditado pela Vigilância Sanitária, e novos exames pré-transplante estão sendo realizados no Hemorio.
Além das investigações sobre a emissão dos laudos, está sendo apurado o processo de contratação do laboratório pelo governo do estado. A Fundação Saúde, responsável pela gestão das unidades estaduais, já iniciou a busca por um novo laboratório para assumir as funções do PCS Saleme. As autoridades de saúde e vigilância estão coordenando esforços para garantir a segurança dos transplantes e investigar as infecções, que são consideradas um caso grave pela Secretaria de Estado de Saúde e pelo Ministério da Saúde.