A Operação Discalculia, iniciada pela Polícia Federal, investiga um esquema de desvio de cota parlamentar, onde um deputado federal utilizava recursos públicos para financiar uma escola de inglês e uma loja de camisetas com viés político em Goiânia. O espaço, custeado pela Câmara dos Deputados, deveria ser um escritório político, mas, segundo a investigação, servia a interesses pessoais do parlamentar e de seus negócios. O valor mensal pago pela Câmara pelo espaço e os salários de seus assessores levantaram suspeitas sobre a destinação inadequada de verba pública.
Os investigadores revelaram que a operação foi impulsionada por indícios de que as empresas ligadas ao deputado operavam com documentos falsificados, caracterizando uma fraude. Além disso, a PF destacou a continuidade de atividades comerciais por meio de novas marcas, indicando um planejamento sistemático para desvio de recursos. A escolha do nome “Discalculia” para a operação alude a um erro no registro de uma das organizações, refletindo a seriedade da situação e as consequências do uso indevido de verba pública.
Diálogos entre assessores do parlamentar sugerem que havia consciência sobre as ilegalidades e um temor sobre possíveis repercussões. Um dos assessores mencionou que o deputado se tornava um alvo fácil devido às irregularidades. Além disso, a investigação revelou que alguns assessores teriam participado de ações antidemocráticas e que um deles utilizou uma empresa de marketing para contornar restrições legais em sua contratação. A operação não apenas busca esclarecer os fatos, mas também ressalta a importância da responsabilidade no uso de recursos públicos.