A Operação Última Ratio, da Polícia Federal, resultou no afastamento de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, sob suspeita de participação em um esquema de venda de sentenças judiciais. As investigações, que se baseiam em conversas recuperadas de um advogado assassinado, revelaram indícios de irregularidades que também envolvem magistrados de Mato Grosso. Além de monitoramento eletrônico, a operação incluiu a apreensão de R$ 3 milhões na casa de um desembargador aposentado, com alegações de pagamento indevido em processos judiciais.
As autoridades federais descobriram uma rede que supostamente envolvia lavagem de dinheiro, extorsão e falsificação de documentos. A investigação expôs transações financeiras suspeitas, incluindo negócios simulados de compra e venda de gado. Os desembargadores afastados, que já receberam altos salários em 2024, estão sob vigilância enquanto a Polícia Federal continua a apurar suas atividades e conexões com lobistas e advogados influentes no sistema judicial.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul afirmou que todos os envolvidos terão o direito à defesa, enquanto a investigação prossegue. As ações têm como objetivo restaurar a integridade do Judiciário, que está enfrentando uma crise de confiança em meio a alegações de corrupção e conluio. A operação é um desdobramento de investigações anteriores que já haviam levantado questões sobre práticas ilícitas em tribunais da região.