A Polícia Federal apreendeu R$ 3 milhões em espécie na residência de um desembargador aposentado durante uma operação que investiga um suposto esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. O valor foi encontrado em uma mala, e o desembargador está sob suspeita de estar envolvido em irregularidades que resultaram em pagamentos indevidos a uma advogada. A operação, denominada Última Ratio, também levou ao afastamento de cinco desembargadores e ao cumprimento de mandados em 44 endereços.
Durante as investigações, foram descobertos armamentos ilegais na casa do suspeito, além de indícios de transações imobiliárias de alto valor com recursos de origem não rastreável. A Polícia Federal recebeu autorização para quebrar os sigilos bancário e fiscal do ex-magistrado, o que poderá fornecer mais informações sobre suas atividades financeiras. Entre as aquisições investigadas estão imóveis em Campo Grande e na Bahia, com pagamentos questionáveis em relação aos valores declarados.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul informou que as investigações estão em andamento e que os direitos de defesa dos envolvidos serão respeitados. O tribunal assegurou que os serviços judiciais prestados à população não serão afetados pelas medidas em curso, destacando que ainda não há um juízo de culpa definitivo sobre os investigados, que continuarão a ter acesso ao devido processo legal.