Na operação realizada nesta quinta-feira (24), as autoridades apreenderam R$ 2,7 milhões em dinheiro em uma residência ligada a um desembargador aposentado, além de armas em outras propriedades. O Superior Tribunal de Justiça afastou cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul sob a suspeita de venda de sentenças, destacando um esquema de corrupção que envolve também advogados, empresários e outros servidores do Judiciário. As investigações foram realizadas por uma equipe composta por mais de 200 policiais e 30 auditores da Receita Federal, abrangendo diversas cidades, incluindo Campo Grande e Brasília.
O escândalo foi desencadeado por relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, que revelaram movimentações financeiras suspeitas entre os desembargadores, sugerindo a compra de bens de alto valor. Mensagens obtidas judicialmente mostram comunicação entre advogados e servidores, indicando manipulação em julgamentos, com resultados favorecendo determinados clientes. A Corregedoria Geral de Justiça solicitou ao STJ o compartilhamento das provas coletadas durante a operação para aprofundar as investigações.
A investigação levantou questões sobre práticas ilegais que comprometem a integridade do sistema judiciário. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul afirmou não ter acesso aos documentos e reafirmou seu compromisso com a transparência e a legalidade. Um processo administrativo será iniciado pelo Conselho Nacional de Justiça para examinar as denúncias e determinar as responsabilidades dos envolvidos.