A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta quinta-feira (24) visando investigações sobre a venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul. A ação foca em cinco desembargadores da corte, que são alvos de buscas e apreensões em diferentes estados, incluindo São Paulo e Brasília. Os magistrados estão sob suspeita de envolvimento em práticas corruptas, como a aceitação de pagamentos não declarados e a aquisição de bens sem a devida comprovação de origem de recursos.
Entre os desembargadores investigados, alguns ocupam ou ocuparam posições de destaque na corte, como a presidência e a vice-presidência. Documentos enviados ao Superior Tribunal de Justiça apontam que esses magistrados mantinham contatos frequentes com empresários, com indícios de troca de mensagens que sugerem tentativas de influenciar decisões judiciais. A operação também revelou que alguns dos investigados adquiriram imóveis e veículos sem registros adequados de transações financeiras, levantando suspeitas sobre a origem dos recursos utilizados.
O Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul se manifestou, afirmando que não teve acesso aos detalhes da operação e, portanto, não pode emitir um posicionamento sobre os fatos até o momento. Os desembargadores estão sujeitos a medidas cautelares, como o uso de tornozeleiras eletrônicas, enquanto as investigações prosseguem. A situação evidencia a preocupação com a integridade do sistema judiciário e a necessidade de maior transparência nas ações dos magistrados.