O secretário-geral da ONU, António Guterres, foi declarado persona non grata por Israel nesta quarta-feira (2), devido à sua falha em condenar de forma inequívoca um ataque iraniano. Em uma declaração anterior, Guterres havia mencionado os recentes conflitos no Oriente Médio, mas não fez uma referência direta ao ataque, o que levou autoridades israelenses a considerarem sua posição inaceitável. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, afirmou que a falta de uma condenação clara fez com que Guterres não merecesse estar em solo israelense.
A declaração de persona non grata é uma prerrogativa diplomática que permite a um país indicar que um representante estrangeiro não é bem-vindo em seu território. Conforme a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, um Estado pode tomar essa decisão a qualquer momento e sem justificativas. Essa ação não implica expulsão, permitindo que o representante permaneça no país, mas sem status diplomático ou imunidades.
Esse tipo de declaração não é inédito nas relações internacionais. O Brasil já utilizou essa medida em diversas ocasiões, incluindo a declaração de persona non grata a representantes da Venezuela durante o governo anterior. Exemplos de outros países, como a expulsão de diplomatas americanos pela Rússia após a invasão da Ucrânia, ilustram como esse instrumento é empregado para sinalizar descontentamento em contextos diplomáticos.