O sistema eleitoral dos Estados Unidos difere significativamente do brasileiro, pois a eleição presidencial é decidida pelo colégio eleitoral, e não apenas pelo voto popular. Para um candidato vencer, é necessário obter 270 dos 538 votos dos delegados. Dos 50 estados, sete são considerados cruciais na definição da eleição: Geórgia, Carolina do Norte, Arizona, Nevada, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. O caso de Donald Trump em 2016, que venceu Hillary Clinton apesar de receber menos votos populares, ilustra essa dinâmica, pois conquistou 304 votos eleitorais.
As regras do colégio eleitoral foram estabelecidas pela Constituição de 1797, que buscava um equilíbrio entre o sufrágio direto e a escolha pelo Congresso, a qual era vista como menos democrática. Apesar de centenas de propostas para modificar ou abolir esse sistema ao longo dos anos, nenhuma foi bem-sucedida. Os delegados, que são em sua maioria congressistas e figuras partidárias, não precisam obrigatoriamente seguir o voto popular, embora alguns estados imponham restrições. A Suprema Corte, em 2020, decidiu que delegados desleais poderiam ser punidos por desrespeitar a escolha dos cidadãos.
No dia 17 de dezembro, os delegados se reunirão em suas capitais para votar em presidente e vice-presidente, seguindo uma data estabelecida por lei. O Congresso, por sua vez, certificará o vencedor no dia 6 de janeiro de 2025, embora o resultado seja conhecido antes dessa data. Este sistema complexo é um reflexo das intenções dos fundadores e continua a ser objeto de debate e proposta de reformas.