O cheiro do espaço, uma questão frequentemente ignorada, foi explorado por ex-astronautas em uma entrevista da BBC, que discutiram os desafios enfrentados por Suni Williams e Butch Wilmore na Estação Espacial Internacional (ISS). Durante uma missão que se estendeu de oito dias para oito meses, eles lidaram com a convivência em um ambiente restrito, incluindo atividades cotidianas e a peculiaridade de um único odor característico do espaço. Helen Sharman, a primeira astronauta britânica, esclareceu que esse cheiro metálico é resultado de reações químicas provocadas pela radiação cósmica em objetos expostos durante caminhadas espaciais.
A percepção do cheiro no espaço ocorre quando átomos de oxigênio se combinam com o oxigênio respirável, formando ozônio, que é descrito como semelhante a fumaça de solda. Além disso, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), formados em ambientes de alta temperatura, são também responsáveis por odores que os astronautas podem sentir, similares ao cheiro de alimentos queimados na Terra. Esses fenômenos olfativos têm sido documentados desde os primeiros passeios espaciais, quando astronautas relataram aromas que lembravam pólvora e bife queimado ao retornarem de atividades extraveiculares.
Explorando o Sistema Solar, diferentes planetas e cometas apresentam uma variedade de odores. Júpiter e Urano têm compostos com cheiro de urina e suor, enquanto Vênus e Marte exalam sulfeto de hidrogênio, com odor de ovos podres. Por outro lado, no centro da Via Láctea, a nuvem molecular Sagitário B2 contém o composto químico etila, que remete ao cheiro de rum e framboesas. Essa diversidade olfativa revela uma complexa química no universo, com muitas substâncias inodoras e outras com aromas intrigantes, destacando a riqueza do cosmos.