O banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, destacou que o mercado está demonstrando um crescente pessimismo em relação à situação fiscal do Brasil, o que tem levado à desvalorização do real, mesmo com o aumento das taxas de juros no país. Ele enfatizou a importância da discussão diária sobre a fiscalidade para enfrentar os desafios econômicos, sugerindo que a identificação clara dos problemas é o primeiro passo para encontrar soluções. Esteves também projetou um crescimento de 3,1% a 3,2% para o Brasil este ano, um ajuste em relação a previsões anteriores mais modestas.
Em sua análise, Esteves elogiou o trabalho do ministro da Economia, que busca conscientizar o presidente sobre a necessidade de implementar uma ferramenta fiscal que promova estabilidade. Ele observou que o Brasil enfrenta um histórico de falta de disciplina fiscal e comparou a situação do país com a dos Estados Unidos, apontando que, apesar de semelhanças nos níveis de endividamento, a diferença crucial é que o Brasil não possui a capacidade de imprimir dólares. Essa realidade exige um compromisso com a disciplina fiscal para assegurar a confiança no mercado.
Quanto ao cenário global, Esteves mencionou tensões que podem gerar incertezas, mas destacou que o mundo está se adaptando a essas condições desafiadoras. Ele abordou o aumento da volatilidade nos mercados financeiros, exacerbada por fatores como a polarização entre Estados Unidos e China e a iminente possibilidade de cortes de juros nos EUA. Apesar da imprevisibilidade associada a questões políticas, como as eleições americanas, Esteves considerou que essa incerteza não é, por si só, negativa.