O uso de memes como ferramenta de comunicação política ganhou destaque nas eleições brasileiras a partir de 2014, quando candidatos passaram a adotar essa linguagem para engajar eleitores e criticar adversários. O fenômeno foi impulsionado por transformações sociais e tecnológicas, com a popularização da internet, permitindo que memes, originalmente um conceito cultural, fossem amplamente disseminados e transformados em uma estratégia de campanha. Especialistas destacam que os memes possuem a capacidade de construir identidades e expressar valores, funcionando como um reflexo da criatividade das comunidades online.
No entanto, a utilização de memes na política também traz à tona preocupações relacionadas à desinformação. Pesquisadores apontam que, apesar de muitos memes não terem conteúdo malicioso, há um crescente uso por grupos extremistas que distorcem informações para propagar discursos de ódio. Essa prática cria um ambiente desafiador, onde a linha entre humor e manipulação se torna nebulosa. A dificuldade das plataformas digitais em moderar esse conteúdo problemático agrava a situação, tornando mais complicado identificar e retirar memes prejudiciais.
Assim, é fundamental que os eleitores desenvolvam um olhar crítico em relação ao conteúdo que consomem. A percepção de que memes podem servir como veículos de mensagens mais profundas do que aparentam é crucial. Ao mesmo tempo, a necessidade de uma educação midiática é reforçada para capacitar os cidadãos a discernirem entre piadas inocentes e estratégias de comunicação política que visam influenciar a opinião pública de maneira não transparente.