Os dilemas morais, como o famoso dilema do bonde, revelam como as pessoas reagem a situações éticas complexas. A decisão de sacrificar uma vida para salvar outras é frequentemente analisada sob a ótica utilitarista ou deontológica. Estudos demonstram que a forma como um dilema é apresentado pode influenciar a resposta, especialmente em bilíngues. Geralmente, ao se depararem com dilemas em sua língua materna, as pessoas tendem a optar por respostas deontológicas, enquanto em uma segunda língua, elas são mais propensas a respostas utilitaristas.
No entanto, uma pesquisa recente com bilíngues de catalão e castelhano indicou que, ao contrário de outras combinações de idiomas, não houve diferença significativa nas decisões morais baseadas na língua utilizada. Isso sugere que fatores culturais e a proximidade linguística entre catalão e castelhano podem atenuar o efeito da segunda língua nas decisões morais. A falta de distanciamento emocional em relação à segunda língua pode ser um elemento importante a ser explorado em estudos futuros.
Além da influência da língua, a pesquisa também examinou como características pessoais, como traços de personalidade psicopática, impactam a tomada de decisões morais. Descobriu-se que pessoas com traços mais elevados de malevolência tendem a tomar decisões utilitaristas com mais frequência. O estudo ressalta a complexidade das respostas a dilemas morais, enfatizando que não se trata apenas de raciocínio lógico, mas também de emoções e contextos linguísticos que moldam nossas decisões.