Um estudo recente publicado na revista The Lancet apresenta um tratamento inovador para o câncer do colo do útero, que pode diminuir em 40% o risco de morte e em 35% as chances de recidiva em um período de cinco anos. Este avanço é considerado o mais significativo nos últimos 25 anos no combate à doença. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) projeta que o Brasil terá 17.010 novos casos entre 2023 e 2025, destacando a urgência de novas abordagens terapêuticas, uma vez que o câncer do colo do útero é o terceiro mais frequente entre as mulheres no país.
A pesquisa, conduzida pela University College London, envolveu 500 participantes de diferentes países, incluindo o Brasil. Os pacientes foram divididos em dois grupos: um recebeu apenas quimiorradioterapia, enquanto o outro passou por um ciclo de quimioterapia com carboplatina e paclitaxel por seis semanas antes do tratamento padrão. Os resultados foram promissores, com 80% das mulheres do grupo que recebeu o novo tratamento vivas após cinco anos, e 72% sem recidiva, em comparação com 72% e 64%, respectivamente, no grupo de controle.
Apesar de estudos anteriores indicarem que a quimioterapia de indução poderia atrasar o início da quimiorradioterapia, a nova pesquisa não encontrou diferenças significativas nas taxas de recidiva ou mortalidade, mesmo com um intervalo de até 14 dias para o início do tratamento definitivo. Os cientistas enfatizaram a importância de seguir um cronograma rigoroso para evitar a repopulação celular antes da quimiorradioterapia, sublinhando a relevância desse novo protocolo terapêutico na luta contra o câncer do colo do útero.