O novo acordo firmado para reparar os danos do rompimento da barragem em Mariana, que ocorreu há quase nove anos, assegura R$ 100 bilhões adicionais e estabelece um modelo de governança descentralizado para a gestão dos recursos. Com a extinção da Fundação Renova, criada em 2016 para gerenciar as ações de reparação, a responsabilidade pela execução das medidas será compartilhada entre os signatários do acordo, incluindo governos federal, estadual e instituições de Justiça. As mineradoras envolvidas deverão cumprir um cronograma de pagamentos que se estende por 20 anos, financiando diversas iniciativas de recuperação e apoio às comunidades afetadas.
O acordo inclui a criação de um Fundo de Participação Social, com R$ 5 bilhões destinados às demandas das comunidades impactadas, e a manutenção de assessorias técnicas para apoiar as vítimas no processo reparatório. Medidas de grande escala, como a duplicação de rodovias, também foram previstas, totalizando investimentos significativos para a infraestrutura nas regiões afetadas. As mineradoras, que já desembolsaram R$ 38 bilhões desde a tragédia, terão a responsabilidade de realizar a indenização individual e a recuperação de áreas degradadas, com um investimento estimado de R$ 32 bilhões.
Embora o novo acordo tenha sido considerado um avanço por alguns grupos, a sua implementação e os valores estipulados foram criticados por representantes das comunidades atingidas, que consideram insuficientes os recursos e o prazo de 20 anos para os pagamentos. As mineradoras afirmam que o acordo definitivo garante um total de R$ 170 bilhões para reparação, englobando novos recursos e investimentos já realizados. O movimento das vítimas continuará a fiscalizar o cumprimento do acordo, buscando assegurar que os direitos das comunidades afetadas sejam respeitados.