A Caixa Econômica Federal ainda não começou a implementar suas novas regras de crédito imobiliário, mas já há uma escassez de recursos disponíveis. Processos de concessão de empréstimos que estavam em andamento foram paralisados, impactando negativamente a expectativa de financiamento. A partir de 1º de novembro, as novas normas reduzirão o percentual do valor do imóvel que pode ser financiado, obrigando os compradores a aumentarem suas entradas. Com isso, a necessidade de aporte inicial sobe para 30% do valor, em comparação aos 20% anteriores no Sistema de Amortização Constante (SAC).
Além das novas exigências de financiamento, a diminuição da participação da poupança na formação das reservas para empréstimos também afeta o cenário do crédito imobiliário. O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que já respondia por uma parte significativa do financiamento habitacional, agora está abaixo de 34%. Esse contexto, somado à alta da Taxa Selic, torna os empréstimos mais caros e limita a disposição dos bancos em conceder crédito. A inadimplência elevada nos financiamentos imobiliários também se torna um fator preocupante para os investidores.
Apesar da restrição, a Caixa reporta um crescimento na demanda por crédito imobiliário, com um aumento de 40,6% nos valores executados entre 2014 e 2024. O banco continua a ser o principal financiador do setor, detendo 68% do mercado. Até setembro de 2024, a instituição já havia concedido R$ 175 bilhões em crédito, representando um crescimento de 28,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A expectativa é que a carteira de crédito habitacional supere os limites projetados, indicando uma complexa interação entre demanda e disponibilidade de recursos.