O Senado brasileiro irá analisar, na terça-feira, 8, a indicação de Gabriel Galípolo para assumir a presidência do Banco Central a partir de 2025. Este será o primeiro processo de troca de comando da instituição desde que a autonomia operacional foi estabelecida. A sabatina de Galípolo pela Comissão de Assuntos Econômicos está marcada para as 10 horas, seguida pela avaliação no plenário a partir das 14 horas. Desde sua indicação pelo presidente, Galípolo tem buscado apoio entre senadores de diferentes alas, realizando uma série de encontros para garantir sua aprovação.
A candidatura de Galípolo gera expectativas mistas no mercado, em parte devido às críticas passadas do presidente Lula em relação à política monetária e às tendências acadêmicas do economista. Contudo, a preocupação inicial com a indicação parece ter diminuído após Galípolo manifestar apoio ao aumento da taxa de juros, o que foi evidenciado pelo recente aumento da Selic. A confiança na sua capacidade de conduzir a política monetária tem sido um fator crucial na sua busca por aprovação no Senado, onde ele precisará de uma maioria favorável.
Se aprovado, Galípolo se tornará a principal figura na condução da política monetária do país, e sua nomeação resultará em um predomínio de indicados do governo Lula no Comitê de Política Monetária. Essa mudança gera certo desconforto no mercado financeiro, que ainda se questiona sobre a eficácia da atuação do Banco Central em relação ao controle da inflação. Galípolo já teve uma passagem anterior bem-sucedida pelo Senado, onde foi aprovado em sua indicação anterior para a diretoria de Política Monetária.