O Infomoney apresentou simulações feitas por especialistas sobre como as novas regras da Caixa para financiamento imobiliário afetarão a compra de imóveis. Ao considerar um imóvel de R$ 500 mil, as mudanças exigem uma entrada maior de R$ 150 mil, comparado aos R$ 100 mil necessários anteriormente. Isso resulta em um valor financiado de R$ 350 mil, com a primeira parcela reduzida para R$ 4.570,70 e a última em R$ 1.526,33, mantendo-se a taxa de juros em 11% ao ano e o prazo de 240 meses. Essas alterações podem dificultar a compra para famílias de menor renda, que já enfrentam desafios financeiros para acumular a quantia necessária para a entrada.
As simulações também mostram a diferença entre os sistemas de amortização. No sistema SAC, as parcelas iniciais são maiores, mas diminuem ao longo do tempo, enquanto no sistema Tabela Price, os valores permanecem constantes. Essa estrutura pode afetar o perfil dos tomadores de empréstimo, especialmente entre as classes mais humildes, que poderão enfrentar maiores dificuldades para reunir o montante exigido na entrada, agravando o déficit habitacional no país.
A Caixa, principal financiadora do setor imobiliário, detém quase 70% do mercado e sua carteira de crédito habitacional já ultrapassou R$ 800 bilhões, com 7 milhões de contratos ativos. Em 2024, até setembro, o banco concedeu R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, um aumento significativo em relação ao ano anterior. Além disso, a participação da Caixa nas contratações com recursos da Poupança atingiu 48,3% no mesmo período, destacando sua relevância no financiamento habitacional.