A presença norte-americana no Oriente Médio tem sido crucial para as dinâmicas políticas e econômicas da região ao longo das últimas sete décadas, com a relação entre Estados Unidos e Israel destacando-se como a mais duradoura. A assistência militar e financeira dos EUA a Israel tem sido uma estratégia central na proteção deste país frente a vizinhos hostis. Contudo, o prestígio de Washington tem diminuído, refletindo um cenário em que suas influências estão sendo desafiadas por novas alianças regionais.
O Secretário de Estado, Antony Blinken, consciente da relevância militar e econômica dos Estados Unidos na região, tem enfrentado o desafio de mediar a paz entre Israel e Hamas desde o início do conflito em outubro de 2023. Embora tenha realizado diversas visitas ao Oriente Médio e alcançado um cessar-fogo temporário em novembro, a continuidade das negociações e o resgate de reféns não se repetiram. À medida que se aproximam as eleições presidenciais nos EUA, as preocupações dos democratas aumentam em relação à eficácia da diplomacia americana.
As repetidas visitas de Blinken não têm gerado o impacto esperado, e as recepções mornas por parte de líderes árabes e israelenses sinalizam uma mudança nas relações. A crescente aproximação dos países árabes com potências como Rússia e China tem contribuído para um cenário em que os pedidos e negociações dos Estados Unidos não são mais atendidos com a mesma urgência. Com isso, independente de quem assuma a presidência em 2025, as expectativas em relação ao papel dos Estados Unidos no Oriente Médio podem ser significativamente diferentes do passado.