As mudanças climáticas têm causado um aumento alarmante nas ameaças à saúde, com um relatório da revista The Lancet revelando um aumento de 167% nas mortes relacionadas ao calor extremo entre pessoas com mais de 65 anos desde 1990. O documento, desenvolvido em colaboração com a Organização Mundial da Saúde, destaca que o número de óbitos está significativamente acima do que era esperado, o que agrava as desigualdades, especialmente em países com baixo desenvolvimento humano, onde os dias de calor extremo são mais frequentes.
Em 2023, a população mundial enfrentou um recorde de 1.512 horas expostas a altas temperaturas, resultando em perdas potenciais de trabalho e renda significativas. O relatório aponta que o aumento das temperaturas está diretamente ligado a um crescimento no número de eventos climáticos extremos, como inundações e secas, que têm contribuído para a insegurança alimentar e a disseminação de doenças infecciosas. Comunidades desfavorecidas em países com recursos limitados são as mais afetadas, enfrentando os impactos financeiros e de saúde sem as proteções necessárias.
Apesar das crescentes ameaças, houve uma redução nas mortes por poluição do ar relacionada a combustíveis fósseis, o que demonstra a eficácia de políticas voltadas para a diminuição da queima de carvão. Para alcançar um futuro saudável e equitativo, os autores do relatório enfatizam a necessidade de uma transformação nos sistemas financeiros, priorizando a saúde nas políticas de mudança climática. Isso incluiria o redirecionamento de recursos da economia baseada em combustíveis fósseis para um modelo de zero emissões, o que poderia resultar em benefícios significativos para a saúde e a economia global.