A China, tradicionalmente conhecida por seu consumo de chá, tem experimentado um aumento significativo no interesse pelo café nos últimos anos, especialmente entre os jovens. O consumo de café no país saltou de 300 mil sacas em 2009 para 6 milhões em 2023, refletindo uma mudança cultural e a crescente popularidade das cafeterias, como a Luckin Coffee, que se tornou a maior rede de cafeterias do mundo em número de lojas. A expansão acelerada desse mercado resultou em um aumento expressivo das exportações brasileiras de café, que mais que triplicaram em 2023, fazendo da China o sexto maior importador do grão brasileiro.
Esse fenômeno é impulsionado por uma nova geração de consumidores que vê o café como uma bebida moderna e ocidental, em contraste com a tradição do chá, que ainda permanece como a bebida favorita da maioria. As inovações no consumo de café na China incluem combinações inusitadas, como café com água de coco ou licor chinês, além de um forte foco em cafés gelados e entregas rápidas, com o uso de tecnologia, como drones. Esse ambiente dinâmico de consumo também tem atraído marcas internacionais e despertado o interesse por produtos de qualidade.
Embora a demanda chinesa por café esteja crescendo, os especialistas indicam que a quantidade consumida ainda é inferior à do Brasil, onde o consumo médio é muito maior. A previsão é de que as exportações brasileiras continuem a aumentar, especialmente com os acordos de longo prazo que estão sendo firmados, como o recente de US$ 500 milhões com a Luckin. Assim, a China se apresenta não apenas como uma nova oportunidade para os exportadores brasileiros, mas também como um potencial competidor no mercado global de café, à medida que desenvolve sua própria cultura de consumo do grão.