Os principais partidos da Câmara dos Deputados apresentaram posturas divergentes na eleição para a presidência da Casa nesta quarta-feira, 30. O Partido dos Trabalhadores (PT) optou por apoiar Hugo Motta, indicado para suceder Arthur Lira, enquanto o Partido Liberal (PL) encerrou sua reunião sem uma decisão clara. A ala bolsonarista do PL demanda uma postura mais firme, sugerindo a possibilidade de um candidato próprio, enquanto um grupo majoritário dentro do partido manifesta apoio a Motta, respaldado por Lira.
A estratégia de Lira para consolidar apoio em torno de sua indicação tem gerado descontentamento entre os bolsonaristas, especialmente após a retirada de um projeto de lei que visa anistiar condenados pelos eventos de 8 de janeiro, o que pode atrasar sua tramitação. Esse projeto é considerado crucial para reverter a inelegibilidade de um ex-presidente. A insatisfação aumentou após críticas públicas a Lira, que foi chamado de o pior presidente da Câmara, além de demandas sendo preparadas para condicionar o apoio da bancada.
Os deputados expressam a frustração diante da falta de alternativas e da pressão crescente do eleitorado para suavizar as punições aos condenados, cujas penas podem chegar a 17 anos. Apesar das promessas de Lira de que a comissão especial analisaria o projeto ainda neste ano, os parlamentares duvidam da viabilidade dessa proposta, lembrando que, em comissões especiais anteriores, decisões importantes já foram revertidas.