O padre peruano Gustavo Gutiérrez, considerado o pai da Teologia da Libertação, faleceu aos 96 anos na noite de terça-feira, 23 de outubro. Ele foi um importante influente na história da Igreja latino-americana e na reflexão teológica contemporânea, tendo dedicado grande parte de sua vida à luta pela justiça social e pelos direitos dos pobres. A ordem dominicana do Peru informou que seus restos mortais serão sepultados no convento de Santo Domingo, em Lima, onde o padre atuou por décadas.
Gutiérrez se destacou com a publicação de seu livro “Teologia da Libertação. Perspectivas” em 1971, que enfatizava a importância da fé aliada à justiça social, especialmente em contextos de desigualdade e opressão. Seu trabalho atraiu muitos católicos insatisfeitos com as condições sociais da América Latina durante as décadas de 1960 e 1970, embora tenha enfrentado críticas de setores conservadores. Apesar disso, ele e seus seguidores defendiam que suas ideias estavam em harmonia com a doutrina social da Igreja.
Ao longo de sua vida, Gutiérrez recebeu reconhecimento internacional, incluindo o Prêmio Príncipe das Astúrias em 2003, e foi homenageado por figuras como o Papa Francisco, que o elogiou por suas contribuições à Igreja e à sociedade. O legado de Gutiérrez é marcado por seu compromisso com a dignidade humana e a luta contra a pobreza, refletindo a sua visão de uma Igreja voltada para os marginalizados e excluídos da sociedade.