Um apagão que deixou mais de 2 milhões de endereços sem energia elétrica em São Paulo após uma tempestade intensificou a discussão sobre a necessidade do enterramento de fios elétricos na capital. Especialistas apontam que essa medida poderia evitar blecautes em situações de chuvas fortes e ventos, mas a implementação enfrenta obstáculos significativos, como altos custos e desafios logísticos. Em apenas um ano, a cidade sofreu duas interrupções graves no fornecimento de energia, impactando tanto residências quanto comércios.
Cerca de 900 mil unidades consumidoras permaneciam sem energia, representando 11% do total de usuários, conforme dados da Enel. Os efeitos do apagão são visíveis, especialmente em bairros como Pinheiros, onde moradores têm buscado soluções temporárias, como a instalação de geradores. No entanto, esses geradores geram poluição e não são uma solução sustentável para o problema da falta de energia.
A proposta de enterrar a fiação elétrica é vista como uma solução de longo prazo para aumentar a segurança e confiabilidade do sistema elétrico, mas a estimativa de custos para a região central de São Paulo chega a R$ 20 bilhões. A falta de consenso sobre a responsabilidade financeira por esse investimento complica ainda mais a discussão. A urgência da situação leva muitos a questionar por que não se busca uma solução coletiva e estruturada para o problema, em vez de deixar que cada morador arca com os custos individualmente.