No último domingo, 21, a Moldávia decidiu, com uma margem estreita de 50,39% a favor e 49,61% contra, continuar o processo de adesão à União Europeia, apesar da forte influência russa no país. A votação indicou um resultado polarizado, onde o “não” liderou até os últimos votos contados, mas o apoio à adesão prevaleceu, especialmente após a contagem dos votos do exterior. Esse resultado reflete a crescente tensão política, uma vez que a Moldávia, uma ex-república soviética, busca uma maior integração com o Ocidente após a invasão russa na Ucrânia em 2022.
A presidente Maia Sandu, defensora da adesão à UE, acusou a Rússia de tentar desestabilizar o processo eleitoral e de promover desinformação. Ela destacou que o sistema judicial moldavo não fez o suficiente para prevenir fraudes eleitorais. A Comissão Europeia também expressou preocupação com a interferência russa nas eleições e reafirmou seu apoio à Moldávia, ressaltando a resiliência do país diante de uma guerra híbrida. As alegações de manipulação do processo eleitoral, incluindo a compra de votos, foram apontadas como parte de uma campanha mais ampla para minar a soberania moldava.
O referendo ocorreu simultaneamente à eleição presidencial, onde a atual presidente obteve 42% dos votos e se prepara para um segundo turno contra um candidato com posições pró-russas. Especialistas em relações internacionais sugerem que o resultado do referendo indica uma superestimação do apoio à UE no país, dependendo fortemente dos votos da diáspora. As autoridades moldavas investigam uma suposta rede de compra de votos ligada a um oligarca no exterior, enquanto as tensões com a Rússia permanecem altas, evidenciando um cenário político complexo e desafiador para a Moldávia.