Em La Rioja, uma província do noroeste da Argentina, foi criada uma moeda emergencial chamada chacho devido à grave crise econômica enfrentada pelo território, agravada pela interrupção das transferências de recursos federais pelo governo. O governador local, diante da falência da província, decidiu implementar essa nova moeda para pagar funcionários públicos, que esperavam receber seus bônus em chachos. Apesar de serem aceitos em estabelecimentos locais e garantirem uma taxa de câmbio favorável com o peso argentino, os chachos não têm validade fora da província e a troca por pesos é restrita a empresas registradas.
A crise foi impulsionada pelas drásticas medidas de austeridade implementadas pelo governo federal, que afetaram as finanças de La Rioja, onde a maior parte da população depende de empregos públicos. A pobreza na província atinge 66%, refletindo um sistema econômico que muitos críticos consideram ineficiente. Enquanto isso, o governador se recusa a ceder às pressões de austeridade, defendendo a emissão dos chachos como uma alternativa viável para enfrentar a miséria crescente e a queda nos salários, em um cenário onde muitos cidadãos se sentem desamparados.
Embora a emissão do chacho tenha gerado alguma esperança para os habitantes locais, comerciantes e cidadãos expressam incerteza quanto à sua aceitação e futuro. O uso da nova moeda pode aumentar temporariamente o poder de compra, mas sua falta de valor fora da província e a dependência do governo para trocas de moeda geram preocupações. As medidas tomadas em La Rioja refletem uma tentativa de contornar a crise, semelhante a ações do passado, mas com riscos associados à sustentabilidade econômica e à recuperação a longo prazo.